Bom, com o carro escolhido e adquirido, só resta aproveitá-lo.
Peguei o carro em Dezembro, em uma terça-feira voltei de Sumaré
com o Niva, na sexta-feira saí do trabalho às 15:00hs e uma hora depois estava
pegando estrada pra curtir o ano novo.
Para
quem não conhece a BR116 Rodovia Régis Bitencourt, usada por quem vai de São
Paulo ao litoral sul, é uma estrada bem perigosa, apesar de hoje grande parte de
seu trecho estar duplicado ela guarda diversos perigos, principalmente no
trecho que atravessa a serra, que é bem sinuoso e cheio de caminhões, com mão
dupla, nesse cenário que começa minha primeira viagem de Niva, sem estar
habituado com a viatura, mas cheio de vontade de sentir o jipe pra valer.
Como
já disse antes, o carro na estrada é bem diferente de dirigir comparado a um
carro de passeio, é mais lento e menos estável, inclina na curva mesmo. Porém apesar
da menor velocidade não fica atrás dos caminhões e os ultrapassa com facilidade,
só precisa que o motorista esteja atento nas ultrapassagens em subidas fortes e
na estabilidade, e é aqui que acredito que o motorista deva ficar mais alerta,
pois o carro inclina, movimentos bruscos demais devem ser feitos com cautela,
isso porque o meu Niva está com a suspensão levantada, já dirigi outro Niva
nessa mesma estrada e foi bem mais sossegado. As curvas dão um pouco de medo,
principalmente aquelas divididas com grandes carretas.
Outro
ponto importante pra destacar são os freios, que não são os melhores do mundo,
por isso manter distância do veículo da frente é uma prática muito aconselhada
para niveiros e jipeiros. Mas no geral o carro vai muito bem, apesar da
inclinação o carro não derrapa e os pneus grandes seguram bem o bichinho no asfalto.
As duas fotos acima são de Peruíbe, litoral sul de São Paulo. |
Lá
no litoral, mais precisamente em Peruíbe, não fiz muitas aventuras, apenas um
passeio tranquilo pela reserva de Guaraú, que esconde algumas cachoeiras. Nessa
região existem passeios muito legais pra se fazer de 4x4, mas ainda não tive a
oportunidade.
Qual
não foi minha alegria ao descobrir um lugar especial lá em Peruíbe cheio de
barro onde pude conhecer um pouquinho as virtudes off-roads do Niva, foi só
alegria, barro puro, pude usar a reduzida, atravessar trechos profundos de
barro mole, perceber o poder de tração do jipe, tudo isso com grande
facilidade.
Um
amigo vendo minha diversão, como uma criança com um brinquedo novo, julgando
que o trecho de barro onde eu me divertia não era tão ruim assim se empolgou e
quis fazer o mesmo, porém subestimando o Niva Krab resolveu participar da
brincadeira com seu Fiat Uno. Não deu outra, atolou! Kkk.
E foi assim que vivenciei minha primeira
situação de atolamento mas o atolado não foi o jipe. Com Fiat Uno, afundado no
barro até o cárter, e eu como marinheiro de primeira viagem totalmente
despreparado não tinha cinta de reboque, pá, nem nada pra ajudar. O jeito foi
pedir uma pá emprestada para um pessoal que ria da nossa cara e botar a mão na
massa, cavando e empurrando o Uno até conseguir tirá-lo do atoleiro. Pode não
parecer, mas só um jipeiro sabe como é divertido passar certos apuros!
Nas redondezes de Peruíbe existem passeios muito legais pra um 4x4, basta seguir sentido Barra do Una e seguir as placas das cachoeiras. |
Aprendendo com as falhas.
Apesar
de não ter feito nenhuma aventura muito radical nessa viagem, pude aprender
preciosas lições, a primeira foi que após comprar uma viatura antes de fazer
uma aventura ou viagem com ela, seja cuidadoso, faça uma revisão em um mecânico
de confiança dirija por um tempo em trajetos próximo para sentir o carro e
perceber eventuais problemas que talvez ele já esteja indicando, eu como estava
muito ansioso com o Niva, não fiz nada disso.
Uma
descoberta feita nesta viagem foi que o motor de arranque estava ruim e acabou parando de funcionar de
vez, para pegar tinha que dar um tranco, agora, imagina no retorno à São Paulo,
no trecho de Serra se o carro morre, só eu e minha esposa, quem iria empurrar o
pesado Niva pra pegar no tranco?
Outra
coisa, descobri que meu Niva tem um problema que também afeta muitos outros
Nivas, a dificuldade de encher completamente o tanque, se o cara do posto
colocar a bomba no máximo de força o combustível volta e trava a bóia do tanque
de combustível da viatura, dá impressão que o tanque está cheio mas não está,
quase passei um apuro com isso, antes de pegar estrada para voltar fui no posto
encher o tanque, pelo menos pensei que tivesse enchido, e na época, como no meu
Niva tem motor AP equipado com KIT Flex, estava usando no álcool, que consome
mais que gasolina. Na BR116 voltando o Niva fez 3Km/L de álcool, absurdo, o
motor estava totalmente desregulado, e o tanque não estava cheio, por pouco,
muito pouco mesmo, não fiquei sem combustível na estrada, e nessa serra quem
conhece sabe que não tem postos de gasolina.
Mais
um deslize meu foi viajar sem macaco, o Niva quando comprei veio sem, corri um
grande risco também, pois quando cheguei em casa depois da viagem, parei no
mecânico para trocar o motor de arranque e o pneu furou em frente a oficina e rapidamente
ficou totalmente murcho. É importante observar que o Niva é um carro bem alto e
um macaco comum de carro de passeio não serviria para levantá-lo, portanto numa
emergência não poderia pegar emprestado da maioria dos veículos que circulam
por aí. Lição aprendida, no mesmo dia comprei um bom macaco hidráulico, visto
que numa situação de furar o pneu e não ter macaco pode haver complicações com
a polícia rodoviária, visto que o macaco é item obrigatório.
E
pra finalizar o maior risco que corri nesse dia. Eu não sabia, pois devido a
minha total falta de experiência com veículos off-roads quando o comprei, não
vi que o Niva estava com o suporte do diferencial dianteiro trincado e prestes
a quebrar. Para quem não conhece, o diferencial dianteiro é acoplado ao eixo cardã
dianteiro e as rodas dianteiras, e é uma peça essencial na tração dianteira da
viatura. Na semana seguinte ao retorno da viagem o suporte do diferencial
quebrou me deixando na mão, por sorte eu estava perto de casa, se isso
acontecesse na estrada o prejuízo seria bem grande, o diferencial e o eixo certamente
seriam danificados, e, além disso, a probabilidade de um acidente sério seria
muito grande.
Mesmo
assim gastei mais de R$2.000,00 para consertar o carro, caso tivesse levado a
um mecânico de confiança com experiência, ele teria identificado isso antecipadamente
e eu resolveria o problema gastando muito menos, uma manutenção normal.
Niva Krab na serra que vai sentido Barra do Una. |
Então
é isso, essas foram as minhas verdadeiras primeiras impressões com o Niva Krab,
fica o conselho, sempre ande com os equipamentos de segurança em dia e tenha o
costume de fazer as revisões em um mecânico de confiança, assim as chances de
ter dor de cabeça serão muito menores, a palavra de ordem é “manutenção
preventiva”!
Essa
experiência ocorreu há uns 3 anos atrás, logo após eu comprar o Niva, apesar de
tudo a viagem foi ótima e a empolgação com o Niva só aumentou e verdadeiras
aventuras ainda vêem pela frente, continue lendo o Blog que logo vou contá-las
aqui.
Grande
abraço
Mr.
Menassi.